terça-feira, 24 de março de 2009

Continuação...



O classicismo manifestou-se nas artes plásticas, no ideal de serenidade e harmonia, mas está presente em todas as esferas da criação renascentista. Essa característica pode ser explicada a partir da retomada dos valores da Antiguidade, como correntes de pensamento, doutrinas políticas, concepções filosóficas e históricas. Ou seja, o classicismo representou uma espécie de “depósito de pensamentos” sujeito a transformações de acordo com as necessidades ou desejos da época.
O hedonismo renascentista, por sua vez, valorizou o corpo, os prazeres terrenos e espirituais, o culto do belo e da perfeição. O naturalismo estimulou o domínio do homem sobre a natureza e levou à substituição das explicações sobrenaturais ou transcendentais pelas racionais.
Finalmente, em vez do teocentrismo medieval, o antropocentrismo renascentista reservou o centro do universo ao homem. Este passou a desenvolver sua capacidade de descobrir verdades por conta própria e de crescer, material e espiritualmente, a fim de deixar sua marca no mundo. O homem passou a construir as coisas à sua imagem e semelhança, escolheu seu próprio passado e teve a capacidade de deixar um testemunho da sua existência a partir da sua excelência e imortalidade.
Em certa medida, porém, essa atitude implicou em conflito com as concepções religiosas, ou seja, os pensadores renascentistas questionaram não só o conservadorismo da Igreja, mas também formularam novos princípios que terminaram por deflagrar os movimentos religiosos reformadores, entre os quais a ruptura impulsionada por Martinho Lutero.

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